Área 51: a base ultrassecreta dos EUA
Dissecação de espécimes extraterrestres? Engenharia reversa de OVNIs? Escolha a sua teoria preferida para a Área 51: a base ultrassecreta dos EUA.

Geograficamente falando, não há nada de muito especial na Área 51. Trata-se de uma base do exército dos Estados Unidos localizada aproximadamente a 130 quilómetros a noroeste de Las Vegas, Nevada (EUA).
Entretanto, dificilmente alguém conseguiria conceber um alvo mais popular entre os teóricos da conspiração — particularmente, aqueles ligados a qualquer coisa que possa ter vindo algures do universo.

Histórias certamente não faltam. Fala-se num local para investigação de engenharia reversa em OVNIs — com o obetivo de apreender a tecnologia miraculosa que os permitiria vir de tão longe para passar umas férias no meio de um deserto nos EUA, ou de algum outro local do planeta.
Dissecações também não faltam, naturalmente. Há quem diga, de facto, que alguns espécimes vivos deambulam pelas instalações da famigerada base.

Há quem vá ainda mais longe, claro. Certos “teóricos” dizem, inclusive, que quem realmente “mexe os cordelinhos” na Área 51 é uma raça de extraterrestres. Para quê?
Aí é que vem a melhor parte: para produzir uma raça de seres híbridos — algo entre um alienígena e um ser humano — que, eventualmente, dominará a Terra. Há uma justificação: os extraterrestres teriam perdido a capacidade de se reproduzir.
Mas o que há realmente de “concreto” nisto tudo? É difícil saber, já que se trata de uma base absolutamente vedada aos olhares de amadores curiosos — como a maior parte das instalações de cunho militar. Talvez seja possível efetuar alguma “engenharia reversa” para chegar à origem de toda essa mitologia e burburinho.
O controverso Robert “Bob” Lazar
A Área 51 começou a tornar-se a Meca das especulações sobre ovnis no final da década de 1980. Basicamente, no momento em que Robert “Bob” Lazar afirmou à comunicação social que era um ex-funcionário da base militar.

Na época Lazar afirmou que tinha trabalhado, entre 1988 e 1989, num sector denominado “S4”. As tarefas seriam muito pouco usuais: o pretenso físico/cientista — cujo grau académico nunca foi comprovado — teria sido incumbido de realizar engenharia reversa nas naves extraterrestres em formato de “disco”.
Sim, no plural, já que de acordo com Lazar, pelo menos nove modelos distintos foram profundamente investigados por ele e pela sua equipa.

A ideia era descobrir e, posteriormente, reclamar a propriedade da tecnologia de propulsão utilizada pelas avançadas raças alienígenas que tinham desembarcado por aqui. Ainda de acordo com Lazar, o trabalho foi-lhe originalmente apresentado pelo Dr. Edward Teller — o ucraniano também conhecido como o “Pai da Bomba H”.
Ununpêntio, um poderoso combustível intergalático
Todas as teorias da conspiração devem ter alicerce em dados científicos vagos, como qualquer bom escritor de ficção científica bem deve saber.
Para Bob Lazar, a consubstanciação do que ele “pregava” nos artigos para a rádio e televisão era o ununpêntio, um elemento químico transurânico e radioativo (de número atómico 115), obtido unicamente de forma sintética até hoje.

De acordo com o teórico, o ununpêntio era a fonte principal utilizada para propulsão das aeronaves alienígenas desmanteladas pelo governo dos Estados Unidos.
Lazar afirmou que a tecnologia consistia no bombardeamento do material com partículas, o que acabava por “amplificar” a sua força nuclear, gerando uma distorção do campo gravitacional.

Dessa forma, os “discos voadores” poderiam alterar dramaticamente a sua relação com o espaço circundante, consequentemente encurtando as distâncias percorridas, de acordo com um destino mapeado.
Lazar afirmava que os stocks do poderoso material tinham sido uma espécie de presente, de uma civilização extraterrestre, para os povos da Terra — que deveriam utilizá-los nos seus próprios veículos.
Sim, o elemento 115 existe, mas…

De facto a existência concreta do ununpêntio foi confirmada por uma equipa de cientistas russos e americanos, em 2004, quando o grupo conseguiu produzir um isótopo instável do elemento 115.
No que diz respeito à teoria de Lazar, entretanto, um de seus críticos afirmou que o isótopo obtido em laboratório era incrivelmente efémero, com uma meia-vida na ordem de apenas alguns segundos — e não de anos, como desejava o suposto físico.

O argumento contra de Lazar baseava-se no facto de que o ununpêntio das aeronaves da Área 51 teria sido composto em constelações estelares distantes.
Isso tornava-os mais estáveis do que as suas contrapartes obtidas em laboratório por meios convencionais. Por fim, ele afirma: num futuro próximo, o 115 ainda nos irá servir como combustível.
Um símbolo OVNI de longa duração

Bob Lazar foi fortemente desacreditado nos anos subsequentes à sua “revelação” da Área 51 e das suas supostas experiências ultrassecretas — entre outros motivos, porque se constatou que, em vez de um grau no respeitado MIT, Lazar possuía apenas uma colocação em antepenúltimo lugar na sua escola secundária. De facto, os próprios EUA já tornaram pública, há muito tempo, a existência do local.

Entretanto, após inúmeras teorias da conspiração e após um número igualmente enorme de contribuições de Hollywood para a mitologia do local, é pouco provável que a Área 51 deixe o imaginário popular tão cedo.
E o motivo pode ser tão velho quanto a própria humanidade: o vácuo deixado por informações concretas pode ser ocupado por praticamente qualquer coisa.
Autor: Carlos Eduardo Ferreira
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