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canguiço (dor no pescoço)
chieira (vaidade)
pichão (pichon, pixon)
antráguas (entre águas)
sendeiro (trapaceiro)
açafate (cesto pequeno)
pispirro (esguicho do bebedouro)
prezigo (conduto)
prosa (vaidade)
baganheira (coroa do relógio)
gorge (garganta)
desandador (chave de fendas)
Cruzeta (cabide)
em barda (grande quantidade)
fraldiqueiro (pessoa mal arranjada)
dala (lava loiça)
estrugido (refugado)
presigo (componente principal de um prato)
trampolineiro (vigarista)
brunir (passar a ferro)
sostra (preguiçosa)
piche (alcatrão)
estupor (mulher feia)
librandisca (vaidosa)
trilhar-se (aleijar-se)
barado (admirado)
aguça (afiadeira)
tona (casca de laranja)
basqueiro (barulho)
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As expressões referidas como do Minho são-no também do Douro Litoral (com algumas pequenas exclusões).
O Douro Litoral, sobretudo a sua faixa litoral, é uma espécie de prolongamento do Minho. Algumas das suas culturas produtivas são idênticas (até nos vinhos verdes) e outras são distintas e, em alguns casos, mais próximas das culturas praticadas em Trás-os-Montes (os vinhos, no entanto, continuando sempre verdes).
As estruturas produtivas, muito ligadas à terra e consistentes com os climas, estão certamente na base de caldos culturais semelhantes, embora com algumas distinções muito individualizadas. Assim, podemos perceber idênticos falares e sotaques desde a zona de Porto/Gaia até uma faixa a norte da região Braga, e mesmo Viana, e alguns outros falares (mais que sotaques) no zona interior do Douro Litoral. No folclore observam-se as mesmas posturas culturais.
Por fim, este destaque. A cidade do Porto, que foi sempre grande centro aglutinador, é um caldinho cultural destas três regiões, ou não tivesse sido o grande pólo integrador das migrações internas das regiões em apreço, sobretudo a partir do séc. XVIII, tempos de grande desenvolvimento produtivo e comercial (sobretudo dos vinhos), a que o estado correspondeu com o inevitável lançamento dos primeiros combóios.