As Aldeias Portuguesas são das mais bonitas do mundo. É um revigorante regresso às origens viajar pelas 5 das mais bonitas Aldeias Portuguesas. Privilegiando o contacto com a natureza, com as populações e os modos de viver rurais, com as delícias gastronómicas e o artesanato regional, as Aldeias de Portugal levam-nos a locais de sonho onde, do lazer à tranquilidade e ao bem-estar, se acrescenta a possibilidade de fruição do país mais profundo e autêntico. Aldeias rurais singulares envolvidas por paisagens idílicas, preservando um passado de tradições expresso no seu edificado, nas suas gentes, cultura, usos e costumes, na ruralidade e genuinidade tão viva em cada povoação.
5 das mais bonitas Aldeias Portuguesas
PIÓDÃO

Incrustada na Serra do Açor (área de paisagem protegida), onde abundam panoramas deslumbrantes, nascentes e campos de pasto, a aldeia histórica de Piódão lembra um presépio pela forma harmoniosa como as suas casas estão dispostas em anfiteatro e que, à noite quando se acende a iluminação, formam uma das suas melhores imagens.

Do conjunto das pequenas casas de dois pisos destaca-se a igreja matriz dedicada a Nossa Senhora da Conceição, caiada de branco, com os seus singulares contrafortes cilíndricos, que a população erigiu no início do séc. XIX com os seus ouros e dinheiro.
Aldeia histórica sem protagonismo na História de Portugal, Piódão tornou-se conhecida em tempos mais recentes pela sua posição cenográfica encastelada na serra do Açor, motivo de sobra para merecer uma visita.
MONSANTO

Nas planuras da Beira interior, entre o sopé da Serra da Gardunha e o rio Ponsul, que formam na sua geografia, clima e fauna, a transição entre o Norte e o Sul de Portugal, ergue-se sobre uma alta penedia a aldeia histórica de Monsanto.
A aldeia oferece das paisagens humanas mais interessantes que se podem encontrar em Portugal. O aglomerado vai-se desenvolvendo sobre a encosta do cabeço aproveitando pedregulhos de granito para as paredes das habitações e em alguns casos um único bloco de pedra forma o telhado, razão por que aqui se diz que as casas são “de uma só telha”.

De entre o casario destaca-se a Torre de Lucano (séc. XIV) encimada por um galo de prata, troféu atribuído a Monsanto num concurso realizado em 1938 onde foi considerada a aldeia mais portuguesa de Portugal, pela autenticidade da sua cultura.
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A difícil subida até ao castelo é largamente compensada por um dos mais deslumbrantes miradouros da região.
SORTELHA

Coroada por um castelo assente num formidável conjunto rochoso a 760m de altitude, Sortelha mantém intacta a sua feição medieval na arquitetura das suas casas rurais em granito.
Fazia parte da importante linha defensiva de castelos fronteiriços, edificados ou reconstruídos na sua maior parte sobre castros das antigas civilizações ibéricas e o seu nome deriva da configuração do terreno em rochedos escarpados que envolvem a aldeia em forma de um anel (sortija, em castelhano), tendo as muralhas sido erguidas também em forma circular.

O encanto desta aldeia reside na sua atmosfera medieval, onde as casas todas construídas em pedra de granito e geralmente de um só andar, se alicerçam na rocha e acompanham a topografia do terreno. Fora das muralhas cresceu uma outra aldeia moderna, infelizmente em moldes arquitetónicos desenraizados da tradição.
Em redor de Sortelha a paisagem tem a beleza rude das grandes pedras de granito e das matas de castanheiros que as acompanham. Na localidade de Casteleiro, na estrada para Belmonte, situava-se a estância medicinal das Águas Radium, que foram consideradas entre as mais radioativas do mundo.
Poderá ainda fazer um saudável percurso a pé seguindo a antiga via romano-medieval, por onde passavam os peregrinos para Santiago de Compostela.
FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

Do topo de uma colina, a pequena aldeia de Castelo Rodrigo domina o planalto que se estende para Espanha, a leste, até ao vale profundo do Douro, a norte.
Segundo a tradição, fundou-a Afonso IX de Leão, para doá-la ao conde Rodrigo Gonzalez de Girón, que a repovoou e lhe deu o nome.
Com o Tratado de Alcanices, assinado em 1297 por D. Dinis de Portugal, rei e poeta, passou para a coroa portuguesa.

Lugar de passagem dos peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela, contam as lendas que o próprio S. Francisco de Assis aqui teria pernoitado na sua peregrinação ao túmulo do Santo.
Revolvida à sua quietude, Castelo Rodrigo merece uma visita pelas suas glórias passadas, pela beleza e limpidez do lugar, pelo seu casario intra-muros, pelo seu pelourinho manuelino e ainda pela comovente imagem de Santiago Matamouros guardada na igreja do Reclamador.
VILARINHO DE NEGRÕES

Na margem sul da Albufeira do Alto Rabagão encontra-se Vilarinho de Negrões, uma das aldeias mais pitorescas de toda a região, pelo seu casario ainda relativamente preservado e, acima de tudo, por se encontrar sobre uma estreita e bela península – um pedacinho de terra poupado à subida das águas.
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Vilarinho de Negrões é assim uma terra que se vê diariamente ao espelho e se distingue à distância pela sua perfeita simetria, uma espécie de Jardim do Éden português. Perto, situa-se a freguesia de Negrões, alma gémea, que possui um forno todo em granito.

É um monumento a contrastar com canastros esguios, onde o milho e o centeio se conservam. Prepare-se, a região do Barroso é diferente de tudo aquilo que alguma vez já viu!
Na calma da manhã é possível observar alguns mergulhões de crista e outras aves aquáticas que aqui costumam passar o Inverno, fugindo aos rigores das latitudes mais a norte; à medida que os primeiros raios de sol vão levantando, o nevoeiro e os vizinhos humanos começam a acordar, afastam-se para uma pequena ilhota deserta formada por um enorme penedo.