3 regras polémicas da língua portuguesa que confundem muita gente
A língua portuguesa e as suas regras gramaticais podem pregar partidas aos mais distraídos. O alerta vem do autor de “A Gramática para Concursos Públicos” (Elsevier), o professor Fernando Pestana.
1ª Verbo “implicar” com sentido de acarretar
“Grande parte dos gramáticos ensina que a regência do verbo implicar, com sentido de acarretar, é direta, ou seja, ele não exige complemento preposicionado”, explica o professor. Exemplo: Toda ação implica uma reação.
Mas, diz o professor, há quem reme contra esta corrente. “Dois gramáticos consagrados, Celso Pedro Luft e Rocha Lima, ensinam que a regência indireta também procede, ou seja, ele pode ter um complemento iniciado pela preposição ‘em’”, explica. Na visão dos dois gramáticos, a frase “toda ação implica em uma reação” está correta.
2ª Verbo “visar” com sentido de almejar, objetivar
Muitos gramáticos ensinam que a regência do verbo visar, com sentido de almejar, é indireta. Assim, o complemento iniciado pela preposição ‘a’ é obrigatório. Exemplo: Todos visavam a um cargo de prestígio.
Mas, para gramáticos como Celso Pedro Luft e Domingos Paschoal Cegalla, por exemplo, a regência direta também está correta. “E eles não são os únicos gramáticos com essa visão. São, pelo menos, seis estudiosos”, diz Pestana. Sob esta visão, o complemento sem preposição também é aceite. Exemplo: Todos visavam um cargo de prestígio.
3ª Sujeito preposicionado
“Apesar do Brasil ser um país maravilhoso, ainda há muita corrupção” ou “ Apesar de o Brasil ser um país maravilhoso, ainda há muita corrupção” ? Qual é o certo?
“A maioria dos gramáticos ensina que não pode haver contração de preposição com artigo ou pronome antes do sujeito de um verbo no infinitivo”, diz o professor Pestana. Assim, a primeira frase estaria errada.
Mas o tema é polémico e o gramático Evanildo Bechara considera as duas frases corretas. “Ele e outros estudiosos entendem que não há erro gramatical na contração da preposição com o determinante que compõe o sujeito”, diz Pestana.
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