O Porto é um dos destinos turísticos mais antigos da Europa e a riqueza do seu património artístico, o Vinho do Porto, os vastos espaços dedicados ao lazer e a sua vida cultural são apenas alguns dos motivos que convidam a visitar a cidade. Descobrir um velódromo escondido, caminhar na muralha Fernandina ou visitar a rua mais pequena do Porto. 10 segredos para descobrir na Baixa do Porto.
Em poucos dias ou num fim de semana prolongado, não deixe de conhecer os encantos do Porto. Alguns dos tesouros escondem-se de tal forma que nem um mapa facilita a tarefa de os encontrar. Outros estão ali, à vista desarmada, à espera que os portuenses olhem para eles com apreço. Alguns são mais evidentes do que outros pelo seu inegável legado histórico, outros, pela sua genuinidade, merecem ter um lugar no guia prático de qualquer habitante da cidade.
Reunimos alguns dos segredos mais e menos bem guardados da Baixa da cidade e, graças a este roteiro, vai saber de cor onde fica a mais pequena rua da cidade, a petisqueira mais típica e o caminho secreto para uma das vistas mais deslumbrantes da cidade.
10 – A rua mais pequena da cidade

Não chega sequer aos trinta metros de comprimento a minúscula rua que faz a união entre a rua das Flores e Mouzinho da Silveira.
Leva o nome de Afonso Martins Alho, um célebre (e rico) comerciante portuense do século XIV, conhecido pela sua capacidade implacável de fazer bons negócios. Os portuenses conheciam bem essa sua faceta e eternizaram-na através da famosa frase: «fino como o alho».
9 – As papas d’O Buraquinho

Não é uma petiscaria. É uma petisqueira, à moda antiga, com mais de 80 anos de história. Em 2016 modernizou-se quanto baste, sem perder a essência – isto é, os pratos tradicionais que continuam a chamar os portuenses até às suas mesas.

Tripas, orelheira, rojões, chispe, tudo especialidades de sabores fortes. Mas se só for possível provar um prato, que sejam as papas de sarrabulho.
8 – Caminhar sobre a Muralha Fernandina

Sobressai imponente na paisagem, o que resta desta muralha que outrora definia os limites da cidade. Muitos turistas já descobriram o atalho, embora este seja ainda desconhecido da maior parte dos portuenses.

É mesmo possível caminhar pela muralha através da entrada que dá acesso à Igreja de Santa Clara. A vista é previsivelmente impressionante.
7 – Descobrir o velódromo secreto da cidade

Está escondido nas traseiras do Museu Soares dos Reis e é um monumento que surpreende pela dimensão e que, mesmo assim, consegue passar completamente despercebido a quem circule pelas ruas que rodeiam o quarteirão.

O velódromo Maria Amélia, mandado construir pelo rei D. Carlos e inaugurado em 1894, pode ser visitado mediante marcação, feita junto do Museu.
6 – O hotel mais antigo do Porto

Milhares de turistas passam por ele todos os dias. Os portuenses igualmente, embora poucos saibam que por detrás das portas do número se esconde a história do mais antigo hotel da cidade. Foi precisamente a 27 de novembro de 1877 que O Commercio Portuguez anunciava a abertura do Grand Hotel de Paris.

«Os preços variam e combinam-se segundo os quartos que se ocuparem», podia ler-se no jornal da época. Hoje, os preços deste hotel de três estrelas estão fixados em tabela e não se deixam levar pela disposição do recepcionista.
5 – Uma casa medieval escondida na Ribeira

Entre fachadas coloridas na estreita rua de Baixo, na Ribeira, desponta uma torre empedrada com cinco pisos. Como tudo o que é realmente velho, não é fácil calcular a data da sua construção, embora se estime que remonte ao séc. XIII, servindo de exemplo paradigmático da arquitetura medieval da cidade. Uma espécie de viagem no tempo entre a encruzilhada de becos da Ribeira.
4 – O berço da francesinha

Servem-se nas tabernas e nos restaurantes de luxo. Umas apenas a cinco euros, outras chegam quase aos vinte. Mas foi na Regaleira que, mais de 50 anos depois do golpe de génio de Daniel Silva, se serviam os exemplares originais da francesinha.

Não foi a mais recente da cidade, nem sequer a mais arrojada, mas assinalava o marco do ponto de partida daquele que é um dos pratos mais emblemáticos do Porto. A receita é sempre a mesma: o pão bijou, bife de perna de porco assada e o molho do costume. Sem invenções. Infelizmente, a Regaleira fechou. Resta-nos a sua orgulhosa história.
3 – Escadas do Codeçal

O casario embica à medida que as escadas se dirigem até à Ribeira, lá desde o topo do Largo 1º de Dezembro. Avista-se a ponte, sente-se o tremor da passagem do metro, no tabuleiro superior da ponte, vive-se o Porto autêntico de bairro, entre obras de arte urbana que coloram as paredes.

Um pequeno percurso que ainda não se deixou transformar e que é um dos preciosos vestígios de um Porto de outras épocas.
2 – Uma improvável tasca japonesa

Esqueça-se a nostalgia de tempos idos por uns momentos. Nem só da história vivem os pequenos segredos de uma cidade. Em 2014, um brasileiro decidiu mostrar aos portuenses com quantos pratos se constrói uma izikaya, uma tradicional tasca japonesa.

O espaço é pequeno, discreto e passa despercebido até aos olhares mais atentos. Mas da fama já não se livra e tornou-se rapidamente num dos mais afamados representantes da gastronomia japonesa na cidade. Especialidades? Todas.
1 – A arte no túnel da Ribeira

Em 1956, ano da inauguração, tornou-se no primeiro túnel urbano construído em Portugal. À saída, em cada um dos lados, é possível observar dois painéis de azulejos contemporâneos. De um lado, «Ribeira Negra» de Júlio Resende, ali colocado em 1986. Do outro, o «À Cidade» do pintor e arquiteto portuense Fernando Lanhas.

Vale a pena deixar o carro e fazer o percurso a pé. Mesmo que isso signifique arriscar a audição. É que a tradição é antiga mas ainda se mantém viva: atravessar o túnel de carro não obriga a pagar portagem, mas ai de quem deixe de assinalar a travessia com um par de buzinadelas.
Autor: Daniel Vidal
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